A propósito do Dia dos Animais, gostaríamos de transcrever o artigo escrito pela jornalista Silvia Luiza Lakatos Varuzza, ativista pelos direitos dos animais há muitos anos e uma das cabeças mais lúcidas que conhecemos. Vamos aproveitar para ler e refletir um pouco?
"Os crimes contra animais pioraram nos últimos tempos? Não creio. Quem conhece um pouco de História sabe que as coisas já foram mais terríveis. O que acontece – e isso é bom, pois nos permite reagir – é que episódios escabrosos que ficariam debaixo dos panos podem, hoje, ser expostos por meio dos diversos canais de comunicação ao alcance da sociedade. Ganham visibilidade – e, consequentemente, despertam reações.
A divulgação dos horrores acorda as pessoas que são sensíveis e amam animais, mas que normalmente não se uniriam pela causa. Instrumentos como os abaixo-assinados online e os posts do Facebook permitem o engajamento de um verdadeiro exército de “ativistas” virtuais. Esse novo modelo de mobilização permite, por exemplo, que o Senado Federal seja inundado de mensagens pedindo que a Lei se torne mais rígida no sentido de punir os praticantes de crueldades. Permite também que a população clame por justiça, com o mesmo vigor, em relação ao estupro de uma cadela em Cruz Alta (RS), ao assassinato de uma cachorrinha em Goiânia e à tortura infligida a um cavalo em Itupeva (SP).
É visível que a sociedade brasileira, majoritariamente, repudia os atos de crueldade. Infelizmente, o grosso da população ainda não acordou para o fato de que os laboratórios, os matadouros e as granjas são verdadeiros campos de tortura e extermínio em massa. Porém, o ganho de consciência e a conquista de direitos são processos – a História nos mostra isso quando analisamos o passo a passo daqueles que um dia se mobilizaram pela defesa das mulheres, das crianças, de minorias em geral – e eu sou otimista. É, eu me permito este luxo apesar das touradas, dos rodeios, do foie-gras e dos casacos de pele. Acredito que estamos no caminho certo. O duro é ter paciência para esperar por um futuro que, muito provavelmente, eu não verei chegar.
Do traficante de silvestres, que participa de uma quadrilha organizada, ao “Zé-Mané” que mata o próprio cão a pancadas porque “não sabia” como socorrê-lo depois de um atropelamento (sim, isso aconteceu), todos merecem punição – e esta tem de ser uma punição de verdade, não uma bobagem qualquer, como a distribuição de cestas básicas ou a prestação de serviços comunitários. Desde quando varrer pracinha é o suficiente para desentortar um ser humano que não sente remorso ao causar dores, mutilações, mortes? Se é que alguma coisa pode desentortá-lo...
O Dia dos Animais é um momento propício para todos nós assumirmos dois compromissos. O primeiro é o de disseminar mais e mais os conceitos de respeito e compaixão pela vida animal – só assim aceleraremos um pouco o “trem da História”; e o segundo é o de continuarmos a lutar por eles. Cada um dentro de suas possibilidades, com suas idiossincrasias e limitações. Não tem problema fazer pouco: o único pecado é se omitir."
A divulgação dos horrores acorda as pessoas que são sensíveis e amam animais, mas que normalmente não se uniriam pela causa. Instrumentos como os abaixo-assinados online e os posts do Facebook permitem o engajamento de um verdadeiro exército de “ativistas” virtuais. Esse novo modelo de mobilização permite, por exemplo, que o Senado Federal seja inundado de mensagens pedindo que a Lei se torne mais rígida no sentido de punir os praticantes de crueldades. Permite também que a população clame por justiça, com o mesmo vigor, em relação ao estupro de uma cadela em Cruz Alta (RS), ao assassinato de uma cachorrinha em Goiânia e à tortura infligida a um cavalo em Itupeva (SP).
É visível que a sociedade brasileira, majoritariamente, repudia os atos de crueldade. Infelizmente, o grosso da população ainda não acordou para o fato de que os laboratórios, os matadouros e as granjas são verdadeiros campos de tortura e extermínio em massa. Porém, o ganho de consciência e a conquista de direitos são processos – a História nos mostra isso quando analisamos o passo a passo daqueles que um dia se mobilizaram pela defesa das mulheres, das crianças, de minorias em geral – e eu sou otimista. É, eu me permito este luxo apesar das touradas, dos rodeios, do foie-gras e dos casacos de pele. Acredito que estamos no caminho certo. O duro é ter paciência para esperar por um futuro que, muito provavelmente, eu não verei chegar.
Do traficante de silvestres, que participa de uma quadrilha organizada, ao “Zé-Mané” que mata o próprio cão a pancadas porque “não sabia” como socorrê-lo depois de um atropelamento (sim, isso aconteceu), todos merecem punição – e esta tem de ser uma punição de verdade, não uma bobagem qualquer, como a distribuição de cestas básicas ou a prestação de serviços comunitários. Desde quando varrer pracinha é o suficiente para desentortar um ser humano que não sente remorso ao causar dores, mutilações, mortes? Se é que alguma coisa pode desentortá-lo...
O Dia dos Animais é um momento propício para todos nós assumirmos dois compromissos. O primeiro é o de disseminar mais e mais os conceitos de respeito e compaixão pela vida animal – só assim aceleraremos um pouco o “trem da História”; e o segundo é o de continuarmos a lutar por eles. Cada um dentro de suas possibilidades, com suas idiossincrasias e limitações. Não tem problema fazer pouco: o único pecado é se omitir."
2 comentários:
Oi Marta!
A gente tem que acreditar que vai mudar...que as pessoas vão se sensibilizar...precisamos desta fé.
Parabéns pelo seu trabalho neste caminho de ajudar sempre!
beijos
Ola Marta,
Conheci a Matilha Urbana através de um bazar que aconteçeu aqui na minha rua. Soube que vocês irão fazer mais bazares para o Natal. Gostaria muito de participar com meus cartões de Quilling. Amo os animais e gostaria de me aproximar de pessoas que se preocupam e cuidam deles e lutar junto com elas.
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