quinta-feira, 4 de outubro de 2012

DIA DOS ANIMAIS

A propósito do Dia dos Animais, gostaríamos de transcrever o artigo escrito pela jornalista Silvia Luiza Lakatos Varuzza, ativista pelos direitos dos animais há muitos anos e uma das cabeças mais lúcidas que conhecemos. Vamos aproveitar para ler e refletir um pouco?
 
"Os crimes contra animais pioraram nos últimos tempos? Não creio. Quem conhece um pouco de História sabe que as coisas já foram mais terríveis. O que acontece – e isso é bom, pois nos permite reagir – é que episódios escabrosos que ficariam debaixo dos panos podem, hoje, ser expostos por meio dos diversos canais de comunicação ao alcance da sociedade. Ganham visibilidade – e, consequentemente, despertam reações.
A divulgação dos horrores acorda as pessoas que são sensíveis e amam animais, mas que normalmente não se uniriam pela causa. Instrumentos como os abaixo-assinados online e os posts do Facebook permitem o engajamento de um verdadeiro exército de “ativistas” virtuais. Esse novo modelo de mobilização permite, por exemplo, que o Senado Federal seja inundado de mensagens pedindo que a Lei se torne mais rígida no sentido de punir os praticantes de crueldades. Permite também que a população clame por justiça, com o mesmo vigor, em relação ao estupro de uma cadela em Cruz Alta (RS), ao assassinato de uma cachorrinha em Goiânia e à tortura infligida a um cavalo em Itupeva (SP).
É visível que a sociedade brasileira, majoritariamente, repudia os atos de crueldade. Infelizmente, o grosso da população ainda não acordou para o fato de que os laboratórios, os matadouros e as granjas são verdadeiros campos de tortura e extermínio em massa. Porém, o ganho de consciência e a conquista de direitos são processos – a História nos mostra isso quando analisamos o passo a passo daqueles que um dia se mobilizaram pela defesa das mulheres, das crianças, de minorias em geral – e eu sou otimista. É, eu me permito este luxo apesar das touradas, dos rodeios, do foie-gras e dos casacos de pele. Acredito que estamos no caminho certo. O duro é ter paciência para esperar por um futuro que, muito provavelmente, eu não verei chegar.
Do traficante de silvestres, que participa de uma quadrilha organizada, ao “Zé-Mané” que mata o próprio cão a pancadas porque “não sabia” como socorrê-lo depois de um atropelamento (sim, isso aconteceu), todos merecem punição – e esta tem de ser uma punição de verdade, não uma bobagem qualquer, como a distribuição de cestas básicas ou a prestação de serviços comunitários. Desde quando varrer pracinha é o suficiente para desentortar um ser humano que não sente remorso ao causar dores, mutilações, mortes? Se é que alguma coisa pode desentortá-lo...
O Dia dos Animais é um momento propício para todos nós assumirmos dois compromissos. O primeiro é o de disseminar mais e mais os conceitos de respeito e compaixão pela vida animal – só assim aceleraremos um pouco o “trem da História”; e o segundo é o de continuarmos a lutar por eles. Cada um dentro de suas possibilidades, com suas idiossincrasias e limitações. Não tem problema fazer pouco: o único pecado é se omitir."

2 comentários:

Luciana F. Damiano disse...

Oi Marta!
A gente tem que acreditar que vai mudar...que as pessoas vão se sensibilizar...precisamos desta fé.
Parabéns pelo seu trabalho neste caminho de ajudar sempre!
beijos

Maria Lucia Camões da Costa disse...

Ola Marta,
Conheci a Matilha Urbana através de um bazar que aconteçeu aqui na minha rua. Soube que vocês irão fazer mais bazares para o Natal. Gostaria muito de participar com meus cartões de Quilling. Amo os animais e gostaria de me aproximar de pessoas que se preocupam e cuidam deles e lutar junto com elas.